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João Câmara Volta a Sentir Tremores: O Que Esperar da Falha Sísmica Potiguar?

Se um terremoto semelhante ou superior ao de 1986 voltar a acontecer na região de João Câmara, várias cidades do Rio Grande do Norte poderão sentir os efeitos, especialmente as próximas à falha.

João Câmara Volta a Sentir Tremores: O Que Esperar da Falha Sísmica Potiguar?
João Câmara Volta a Sentir Tremores: O Que Esperar da Falha Sísmica Potiguar? (Foto: Reprodução)

Redação: Gerson Almeida
Fonte: Laboratório Sismológico da UFRN (LabSis)

João Câmara (RN) — Dois tremores de terra foram registrados recentemente na região do Mato Grande, reacendendo o alerta para a atividade sísmica na área. Com magnitudes moderadas, os eventos não causaram danos estruturais, mas lembram à população o potencial da falha geológica ativa que atravessa o município, conhecida como Falha de Samambaia.

O histórico sísmico da cidade é conhecido nacionalmente desde o grande abalo de 30 de novembro de 1986, quando um terremoto de magnitude 5.1 atingiu João Câmara e provocou destruição em larga escala, feridos e pânico. À época, mais de 1.000 casas foram danificadas ou destruídas, e a cidade viveu sob o medo constante de novos tremores por semanas.

⚠️ O Que Está Acontecendo Agora?

Segundo o Laboratório Sismológico da UFRN (LabSis), os abalos recentes são considerados "normais" dentro da atividade da falha. A Falha de Samambaia é uma das mais estudadas do Brasil e continua ativa, embora os tremores de maior magnitude sejam raros.

Apesar disso, a possibilidade de um novo evento significativo não pode ser descartada, especialmente em um país de baixa atividade sísmica como o Brasil, onde eventos como o de 1986 são exceções — mas marcantes.

📉 Existe risco de um terremoto maior do que o de 1986?

Tecnicamente, sim. A falha de Samambaia é capaz de produzir tremores de até 5.2 a 5.5 na escala Richter, segundo projeções sísmicas conservadoras. Um evento superior ao de 1986 é pouco provável, mas não impossível. O que torna isso preocupante é a vulnerabilidade de casas e prédios não projetados para suportar abalos sísmicos.

🏘️ Quais cidades poderiam ser afetadas por um tremor forte?

Se um terremoto semelhante ou superior ao de 1986 voltar a acontecer na região de João Câmara, várias cidades do Rio Grande do Norte poderão sentir os efeitos, especialmente as próximas à falha. Entre as mais suscetíveis, estão:

  • João Câmara
  • Poço Branco
  • Bento Fernandes
  • Jandaíra
  • Parazinho
  • Touros
  • Ceará-Mirim
  • Taipu
  • Pureza
  • Pedra Grande
  • Guamaré
  • Macau

Cidades como Natal (a cerca de 80 km de João Câmara) também podem sentir o tremor, ainda que com intensidade reduzida, dependendo da profundidade e localização do epicentro.

🧠 É possível prever um terremoto?

Ainda não. A ciência sísmica consegue monitorar tremores e identificar padrões de atividade, mas não é capaz de prever com precisão quando e onde um terremoto ocorrerá. O LabSis/UFRN realiza um trabalho contínuo de observação, com sismógrafos espalhados pelo Rio Grande do Norte, especialmente na região da Falha de Samambaia.

🚨 Recomendações em caso de tremor:

  • Mantenha a calma e afaste-se de janelas, móveis pesados e fiações.
  • Procure abrigo sob móveis fortes, como mesas.
  • Evacue prédios altos com cautela após o tremor.
  • Esteja atento a réplicas (tremores secundários).
  • Evite áreas de risco estrutural, como casas antigas ou rachadas.

🔎 Conclusão

A atividade sísmica em João Câmara é uma realidade monitorada com atenção por cientistas brasileiros. Embora o risco de um grande terremoto como o de 1986 seja considerado baixo, a população deve estar informada e preparada, principalmente nas cidades situadas sobre ou próximas à Falha de Samambaia.

A melhor ferramenta para reduzir o impacto de possíveis tremores ainda é a conscientização, o reforço das estruturas e o acompanhamento das atualizações do LabSis/UFRN e da Defesa Civil do RN.

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